Trata-se de um projeto de continuidade no Agrupamento de Colmeias, para fomentar a leitura por associação às Artes!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sugestão de Leitura: Sem Palavras


Se alguém perdesse as palavras, como seria? Com elas “pensamos, dizemos, comunicamos”. Somos. E se esse alguém fosse um escritor? Foi o que Eugénio Roda imaginou. O protagonista, ao chegar a casa, viu que todos os livros que escrevera “estavam em branco, como um caderno por usar”. “Ficou sem palavras só de pensar que tinha ficado sem elas.” Um texto inspirado e inspirador de quem (felizmente para o leitor) não perdeu de vista as palavras certas. Aplauso também para André Caetano, que cria uma narrativa ampliadora de sentidos. Mesmo sem palavras.


Sem Palavras
Texto: Eugénio Roda; ilustração: André Caetano
Edição: Porto Editora. €9,99

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

007 na Escola

Um vídeo realizado por três alunos do 9º ano e pela professora Maria do Carmo Trindade na Oficina de Expressão Dramática, em articulação com a Biblioteca Escolar. Uma forma original de promover os livros e a leitura, que vamos levar a concurso no Bibliofilmes!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Quem lê um conto, soma mais um ponto...



... na sua sabedoria e imaginação.

O Barco de Papel

Era uma vez um barco do papel que se fez ao mar. Barco de papel, no meio do mar…. estão a ver o que lhe aconteceu. Escangalhou-se à primeira onda. E regressou à praia. Estatelado na areia, era uma lástima vê-lo.
Andava por ali um jornalista, coleccionador de desastres e desgraças, que lhe perguntou:
- Senhor barco de papel, como se sente depois da aventura?
O barco, todo amarrotado pelo desespero e a humilhação da derrota, esboçou um sorriso. Um sorriso de papel.
- O que sinto vê-se. Não lhe posso dizer mais nada.
Mas o jornalista insistiu:
- Atribui, porventura, o seu naufrágio a alguma causa em especial?
- À minha pouca prática, apenas – respondeu o barco de papel. – E pode escrever que também à minha falta de vocação.
O jornalista ainda:
- Falta de vocação? Interessante. Nesse caso, se pudesse ter voltado atrás, o que teria feito?
O barco de papel, ou o que dele sobrava, fugiu da pergunta, aproveitando o escorrega de uma onda que descia da praia. Estava muito cansado, o barco de papel.
Mas o jornalista, molhando, os sapatos, correu atrás dele:
- Não chegou a dizer-me, senhor barco de papel… Por favor, o que teria sido se pudesse voltar atrás?
De longe, quase desfeito, o barco respondeu:
- Avião de papel. É evidente.
E hei-de conseguir.

António Torrado, 100 Histórias à Janela, Edições Asa